quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


BISAU

Bisau korda ku fala malgos
Dur di si fidjus
Pabia di djintius ku na purfia n´tru
Pa un turpesa di fugu
Eh! Bisau tene kasabi
Na buska amanha
Na foronta
Pabia di malditus
Di kosta garandi
Ku ka kortadu briu...
Na ianda ku fididas na pe
Kansera na rostu...
Bisau
Na guarda bu sigridus
Pa amanha
No fekil na balei
Di mindjeris di panu pretu...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

VIDA


VIDA

Eliseu, sossegue!
A vida é isso que você está vendo
Cheia de tensões e tormentos
As lágrimas nos seus olhos
Correndo...
Hoje é palmada
Amanhã é esperança
Na luta uns chegam ao fim
Outros ficam pelo caminho...
No meu caminho há pedras
Espinhos e angústias
Mas na minha alma há esperança
Não importa o vento dessa
Vida.
De tanto que vem
Tudo se passa
Nada se perde...

Inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade “Não se mate”

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira

domingo, 4 de dezembro de 2011


ANTI-DELAÇÃO

A noite veio,
disfarçada em dia,
e ofereceu-me a luz,
diáfana como a Aurora.

Mas eu disse que não.

Depois veio a serpente
disfarçada em virgem
e ofereceu-me os seios e os braços nus.

Mas eu disse que não.

Por fim veio Pilatos,
disfarçado em Cristo,
e numa voz humana e doce
disse: "se quiseres eu dou-te o paraíso
mas conta a tua historia..."

Mas eu disse que não,
que não, não, não!

E continuei um Homem!
E eles continuaram 
os abutres do medo e do silêncio.

Vasco Cabral!



Guineense, um dos líderes do PAIGC, 1926 – 2005

Em 1926 VASCO CABRAL nasce em Farim, no norte da Guiné-Bissau. - 1949: Participa, activamente, na campanha de Norton de Matos, candidato da Oposição anti-salazarista à presidência da República Portuguesa. - 1950: Conclui, em Lisboa, o curso de Ciências Económicas e Financeiras. - 1953: Em Bucareste, participa no IV Festival Mundial da Juventude; é preso ao regressar a Lisboa e só é libertado cinco anos depois. - 1956:Amílcar Cabral funda, em Bissau, o PAIGC, Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde. - 1957: Em Pidjiguiti, porto de Bissau, a tropa colonialista massacra 50 marinheiros e estivadores que reclamam aumento de salários. - 1961: Militante comunista, em Portugal Vasco Cabral passa à clandestinidade. - 1962: Numa fuga organizada pelo PCP, Vasco Cabral, juntamente com o angolano Agostinho Neto, de barco alcança Tânger. Ruma para o sul e vai procurar Amílcar Cabral para aderir ao PAIGC e lutar pela independência da Guiné-Bissau. - 1963: Início da luta armada na Guiné-Bissau. - 1973: A 20 de Janeiro, um bando de militantes do PAIGC, manipulado pela tropa colonial portuguesa, em Conakry assassina Amílcar Cabral. Vasco Cabral escapa por um triz ao atentado e não desistirá de perseguir os assassinos até conseguir a sua execução. - 1974: Em Portugal, a 25 de Abril, o MFA (Movimento das Forças Armadas) derruba o governo de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar; no mesmo ano Portugal reconhece a independência da Guiné-Bissau, cujo primeiro presidente será Luís Cabral, irmão de Amílcar. - 1975: Portugal reconhece a independência de Cabo Verde, cujo primeiro presidente será Aristides Pereira. - 1980: Nino Vieira dá um golpe de Estado; o presidente Luís Cabral vai desterrado para Lisboa. Vasco Cabral não se opõe ao golpe. - De 1974 a 2004: Vasco Cabral, no Governo guineense, é ministro da Economia e Finanças, coordenador de Economia e Planeamento, ministro de Estado da Justiça e membro do Conselho de Estado. Será também vice-presidente da República. - 2005: A 24 de Agosto Vasco Cabral morre em Bissau.
Fonte da biografia e foto: www.vidaslusofonas.pt/

Tirem-nos tudo,
Mas deixem-nos a música!Tirem-nos a terra em que nascemos,
Onde crescemos
E onde descobrimos pela primeira vez
que o mundo é assim:
um tabuleiro de xadrez…
tirem-nos a luz do sol que os aquece,
a lua lírica do shingombela
nas noites mulatas
da selva moçambicana
(essa lua que nos semeou no coração
a poesia que encontramos na vida)
tirem-nos a palhota – humilde cubata
onde vivemos e amamos,
tirem-nos a machamba que nos dá o pão,
tirem-nos o calor do lume
(que nos é quase tudo)
– mas não nos tirem a música!
Podem desterrar-nos,
Levar-nos
Para longes terras,
Vender-nos como mercadoria,
Acorrentar-nos
À terra, do sol à lua e da lua ao sol,
– mas seremos sempre livres
se nos deixarem a música!
Que onde estiver nossa canção,
Mesmo escravos, senhores seremos;
E mesmo mortos viveremos.
E no nosso lamento escravo
Estará a terra onde nascemos,
A luz do nosso sol,
A lua dos shingombelas,
O calor do lume,
A palhota onde vivemos,
A machamba que os dá o pão!
E tudo será novamente nosso,
Ainda que de cadeia nos pés
E azorrague no dorso…
E o nosso queixume
Será uma libertação
Derramada em nosso canto!
– por isso pedimos,
de joelhos pedimos:
tirem-nos tudo…
mas não nos tirem a vida,
não nos levem a musica!
Noemia de Souza/ Moçambique

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A POESIA CHORA


A POESIA CHORA


A poesia chora
quando na madrugada triste
crianças corrompem
destinos
adultos com drogas
maltratando a vida
em cada bater do sol
a poesia chora

A poesia chora
quando na solidão
a mãe geme em pranto
e não tem
 quem a console
a poesia chora

A poesia chora
quando na calada da
noite
o pobre escuta
os chilreares
dos pássaros
traduzindo o amanhecer
de mais um dia
de luta
a poesia chora

A poesia chora
quando na prisão
inocente grita com
razão
do tempo perdido...
a poesia chora
quando eu mesmo
pego na caneta
escrevendo fantasia
que invade  minha alma
e a alma de quem vive escravizado
a poesia chora.                                             Rio de Janeiro/ Janeiro de 2010

MÃE ÁFRICA .


MÃE ÁFRICA

Mãe África
em teus braços
teus filhos choram
nos teus ombros crescem tristezas
e lembranças perdidas
da tua mocidade.
por que mãe?
tu disseste que és mãe gigante...
qualquer mãe cuida dos filhos
muito mais que és mãe tão pródiga

Por que os teus filhos se espalharam
por continentes?
em lamaçal de tristeza, lamentos.
Sofrendo,
por que mãe?
Mãe!
minha esperança
ainda cresce em cada romper
do sol 
de um dia ouvir
todos os filhos
numa só voz
gritando “Viva África”.

ESTA GENTE


ESTA GENTE

Esta gente
cujo rosto de incerteza
às vezes relumiando
e outras vezes ofuscados
ora me lembro
escravo maltratado
ora me lembro rei exaltado
dessa vida ambígua
faz me renascer meu gosto
minha força da raça
de lutar e de combater
contra o abutre
e gaviões
os porcos e as galinhas
pois, é gente que tem
rosto desenrolado,
rosto de sede...
de fome e impaciência...
é a gente em quem um país apupado
escreve o seu nome.
esta gente não tem patente
e rema sem leme...

E em frente desta gente
ignorada
como a pedra sem nome
e mais do que a pedra
desprezada e machucada
meu canto se renova em cada
alvorada
e recomeço uma vida
conservada
para um futuro gigante
não na teoria
desse mundo
mas na prática
dos traços típicos!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SEJA BEM VINDO


SEJA BEM VINDO
                     (ao meu sobrinho Clésio Marques Vieira)

Seja bem vindo
tu que chegaste
nessa manhã, nessa
tarde ou
nessa madrugada
com palmas e aplausos
serás bem recebida
na terra de ventura
e de mestiços.
de mil negros e
de quinhentos brancos
terra onde nas calçadas
e nos ônibus
o negro é visto como
leão
perdido da selva.
terra onde nas ruas
o preconceito
abraça o negro com
gana...
contudo você vai se                         
acostumar
pois é uma terra
fértil e verde de amizades
onde canta  sabia
e a cultura,
cercados de mil oportunidades...
seja bem vindo
tu que chegaste
nessa manhã, nessa
tarde, ou
nessa madrugada.
 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

POEMA NOTURNO


POEMA NOTURNO


A terra não importa
não importa
de quem desce
e de quem sobe
nem importa da sede
e soar do sino…
não importa da frieza
tampouco importa da violência
tanto que não importa
já  não tem a porta.

HOMEM DE GUERRA


HOMEM DE GUERRA

                                      
Vive de tensão
no mundo cheio de empurro
força de sua raiz encanta os sonhos
vive no canto, e veja tudo                                                        
nos seus olhos passando
não há nada que mata seu olhar
vive escondendo no fundo
que não atrapalha o passar de tantos
no seu rosto segredos
nos seus passos a coragem,                            
vive nas ruas, e nas favelas
que a sua vida solidarizou
com a poesia.


CARTA A UM ANÔNIMO

Estou no Brasil
Num país que ainda
Cresce sem pernas...
E anda voando nos altos
Numa terra sem igual
Cheia de desigual
Uma terra imensa
Amazona no meu coração
Pequeno
Neste Brasil
Não tem graça
Nem vela
Para quem vive na favela
Mas esse Brasil vive escondendo
De si mesmo.
A vida é hoje
Amanhã é depois
Que ninguém sabe
Segredos do tempo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ERMONDADI


 No djunta na um kabas
no djunta no mamá
pa ke no lutu i ka di katchur
pa bin ten tchur

Na un djorson ku no sai
barigas mbarasa
iagus di un puti
no garandis mata sedi
na tempu di kolon
     Eh! Ma sol kinti na moransa

no djunta no fasi un turpesa
pa ki djongabu ka ten dunu
na tchur larma ka ta mididu
korson ku ta djubidu

sol mansi dja
no barsa kumpanher
no fala pa i tisinu tuada
di no kombatentis.
nha alma ka bu mpina koitadesa
pa es noba di aos
ku tisin urdimunhu na moransa




 DUR DI POETA

Nha korson
Ku bu seta mpina mas nes tchon
Pa ki nha dur i ka di djorson;
Kudadi barsan nha pitu
Na mandrugada
di nha sufrimentu
sukuru raganha si rostu
bentu rodian kurpu...
npidi dja sakur
di nha amanha
credu
bo bin
bo bin ku belas
ku mantas erdadu
Pa ki nha dur
I duensa
I ka di aos
Mininu di rua
                                                                                                                
Mininu di rua
Kabelu djurdjuridu
Mon na kabesa
Na kosa kosera di si tchon
Bariga orfadu
Suma garandesa di si koitadesa
Boka di bokera
Naris di ranhu
Miskinhu kubri si rostu;
Sin kamisa na kurpu
Na ronka nudes di si tchon
Sin sapatu
Na masa fidida di si prasa

Mininu di rua
Kalkanhada findidu
Kurpu di kosera
Fomi ka disal sintadu
Na ferferi dia ku noti
Si sol bim mansi
Na fala amanha
PA i dismanha bu kasabi
Ku bin di djorsom

Bulidur

Bulidur
Bu ngabadu na moransa
Garandis tirau bariti
Mindjeris toka palmu
E kansa
Ma suti di mantampa
na kumpu
Bu ngabadu
Ma es bias ku buli
Bu na paga bulí
Pabia furadur di palmera
Ku buli
bulidur
es ku bu garga aos
i mas kil ku bu ordidja.

Só existe dois dias no ano...

"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."

A Guiné-Bissau é uma Pérola

A Guiné-Bissau é uma pérola!

Depois de ter recebido a mensagem que a Nene-Oda me enviou, depois de ter 'percorrido' o site do Ministério guineense do Turismo não resisti, por isso...
 
Prezados amigos e amigas da Guiné-Bissau,
 
Aceitem um desafio: Disponibilizem dois minutos do vosso precioso tempo e deliciem-se com as belas imagens do meu país. Entrem no site do Ministério de turismo – um site em construção – e apreciem a generosidade da natureza para com o "País dos Mil Rios" a MINHA a NOSSA GUINÉ-BISSAU.
Os mangais de Cacheu enchem os olhos; a areia branca das praias das ilhas Bijagós transmite uma paz de espírito só de olhar... E os imponentes poilões de Cantanhês? O voo dos pássaros branquíssimos agitando as águas daquele mar imenso é um canto, é um coro de paz, um verdadeiro poema.
O verde intenso das paisagens, a doce água de bessamar de Geba é um desafio de esperança, um convite a todos aqueles que  amam o chão guineense para a urgente  CONSTRUÇÃO…
 
Tem mais… visitem O site: www.minturgb-gov.com
 
O chão guineense fez uma declaração de amor aos seus filhos e filhas...
Ouse amar a Guiné-Bissau, ouse repassar este site... a nossa terra é uma PÉROLA!

domingo, 2 de outubro de 2011

AMOR PERDIDO


AMOR PERDIDO

Não sei por que não consigo
te esquecer
dia e noite
e em cada passar do meu tempo
teu nome me confunde
com meus afazeres
quis lutar contra
esses sentimentos
e essas lembranças que em mim
fulguram
mas sempre me senti
sobrepujado
não sei por que não consigo
te esquecer
sem bem que tu
não me liberta da escravidão...
por que não consigo
te esquecer?

LEMBRANÇAS


LEMBRANÇAS

Badjuda
nessa tarde do inverno
na nublada desse tempo
teu rosto é o espelho
da minha recordação
último aperto da tua mão
fria
deixou marcas
e faz arder fogo amor
e o teu perfume que fazia
diferença entre milhares
tua voz que ainda escuto
dizendo:
“te amo”
são lembranças que sinto
Como
gorjeio dos pássaros
e zumbidos das abelhas
a ti entrego o convívio
da minha alma triste
que merece repouso
da tanta mágoa.







PAIXÃO


PAIXÃO

Credo
Meus olhos nunca viram
menina tão formosa
menina tão bonita
como a que eu vi no ônibus
soltou na passarela
solta na minha alma,
atravessa a linha amarela,
pisa
meu coração,
era um fantasma?
era um vulto?
ela
apenas nasceu
para eu criar um lindo
poema!