segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A POESIA CHORA


A POESIA CHORA


A poesia chora
quando na madrugada triste
crianças corrompem
destinos
adultos com drogas
maltratando a vida
em cada bater do sol
a poesia chora

A poesia chora
quando na solidão
a mãe geme em pranto
e não tem
 quem a console
a poesia chora

A poesia chora
quando na calada da
noite
o pobre escuta
os chilreares
dos pássaros
traduzindo o amanhecer
de mais um dia
de luta
a poesia chora

A poesia chora
quando na prisão
inocente grita com
razão
do tempo perdido...
a poesia chora
quando eu mesmo
pego na caneta
escrevendo fantasia
que invade  minha alma
e a alma de quem vive escravizado
a poesia chora.                                             Rio de Janeiro/ Janeiro de 2010

MÃE ÁFRICA .


MÃE ÁFRICA

Mãe África
em teus braços
teus filhos choram
nos teus ombros crescem tristezas
e lembranças perdidas
da tua mocidade.
por que mãe?
tu disseste que és mãe gigante...
qualquer mãe cuida dos filhos
muito mais que és mãe tão pródiga

Por que os teus filhos se espalharam
por continentes?
em lamaçal de tristeza, lamentos.
Sofrendo,
por que mãe?
Mãe!
minha esperança
ainda cresce em cada romper
do sol 
de um dia ouvir
todos os filhos
numa só voz
gritando “Viva África”.

ESTA GENTE


ESTA GENTE

Esta gente
cujo rosto de incerteza
às vezes relumiando
e outras vezes ofuscados
ora me lembro
escravo maltratado
ora me lembro rei exaltado
dessa vida ambígua
faz me renascer meu gosto
minha força da raça
de lutar e de combater
contra o abutre
e gaviões
os porcos e as galinhas
pois, é gente que tem
rosto desenrolado,
rosto de sede...
de fome e impaciência...
é a gente em quem um país apupado
escreve o seu nome.
esta gente não tem patente
e rema sem leme...

E em frente desta gente
ignorada
como a pedra sem nome
e mais do que a pedra
desprezada e machucada
meu canto se renova em cada
alvorada
e recomeço uma vida
conservada
para um futuro gigante
não na teoria
desse mundo
mas na prática
dos traços típicos!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SEJA BEM VINDO


SEJA BEM VINDO
                     (ao meu sobrinho Clésio Marques Vieira)

Seja bem vindo
tu que chegaste
nessa manhã, nessa
tarde ou
nessa madrugada
com palmas e aplausos
serás bem recebida
na terra de ventura
e de mestiços.
de mil negros e
de quinhentos brancos
terra onde nas calçadas
e nos ônibus
o negro é visto como
leão
perdido da selva.
terra onde nas ruas
o preconceito
abraça o negro com
gana...
contudo você vai se                         
acostumar
pois é uma terra
fértil e verde de amizades
onde canta  sabia
e a cultura,
cercados de mil oportunidades...
seja bem vindo
tu que chegaste
nessa manhã, nessa
tarde, ou
nessa madrugada.
 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

POEMA NOTURNO


POEMA NOTURNO


A terra não importa
não importa
de quem desce
e de quem sobe
nem importa da sede
e soar do sino…
não importa da frieza
tampouco importa da violência
tanto que não importa
já  não tem a porta.

HOMEM DE GUERRA


HOMEM DE GUERRA

                                      
Vive de tensão
no mundo cheio de empurro
força de sua raiz encanta os sonhos
vive no canto, e veja tudo                                                        
nos seus olhos passando
não há nada que mata seu olhar
vive escondendo no fundo
que não atrapalha o passar de tantos
no seu rosto segredos
nos seus passos a coragem,                            
vive nas ruas, e nas favelas
que a sua vida solidarizou
com a poesia.


CARTA A UM ANÔNIMO

Estou no Brasil
Num país que ainda
Cresce sem pernas...
E anda voando nos altos
Numa terra sem igual
Cheia de desigual
Uma terra imensa
Amazona no meu coração
Pequeno
Neste Brasil
Não tem graça
Nem vela
Para quem vive na favela
Mas esse Brasil vive escondendo
De si mesmo.
A vida é hoje
Amanhã é depois
Que ninguém sabe
Segredos do tempo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ERMONDADI


 No djunta na um kabas
no djunta no mamá
pa ke no lutu i ka di katchur
pa bin ten tchur

Na un djorson ku no sai
barigas mbarasa
iagus di un puti
no garandis mata sedi
na tempu di kolon
     Eh! Ma sol kinti na moransa

no djunta no fasi un turpesa
pa ki djongabu ka ten dunu
na tchur larma ka ta mididu
korson ku ta djubidu

sol mansi dja
no barsa kumpanher
no fala pa i tisinu tuada
di no kombatentis.
nha alma ka bu mpina koitadesa
pa es noba di aos
ku tisin urdimunhu na moransa




 DUR DI POETA

Nha korson
Ku bu seta mpina mas nes tchon
Pa ki nha dur i ka di djorson;
Kudadi barsan nha pitu
Na mandrugada
di nha sufrimentu
sukuru raganha si rostu
bentu rodian kurpu...
npidi dja sakur
di nha amanha
credu
bo bin
bo bin ku belas
ku mantas erdadu
Pa ki nha dur
I duensa
I ka di aos
Mininu di rua
                                                                                                                
Mininu di rua
Kabelu djurdjuridu
Mon na kabesa
Na kosa kosera di si tchon
Bariga orfadu
Suma garandesa di si koitadesa
Boka di bokera
Naris di ranhu
Miskinhu kubri si rostu;
Sin kamisa na kurpu
Na ronka nudes di si tchon
Sin sapatu
Na masa fidida di si prasa

Mininu di rua
Kalkanhada findidu
Kurpu di kosera
Fomi ka disal sintadu
Na ferferi dia ku noti
Si sol bim mansi
Na fala amanha
PA i dismanha bu kasabi
Ku bin di djorsom

Bulidur

Bulidur
Bu ngabadu na moransa
Garandis tirau bariti
Mindjeris toka palmu
E kansa
Ma suti di mantampa
na kumpu
Bu ngabadu
Ma es bias ku buli
Bu na paga bulí
Pabia furadur di palmera
Ku buli
bulidur
es ku bu garga aos
i mas kil ku bu ordidja.

Só existe dois dias no ano...

"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."

A Guiné-Bissau é uma Pérola

A Guiné-Bissau é uma pérola!

Depois de ter recebido a mensagem que a Nene-Oda me enviou, depois de ter 'percorrido' o site do Ministério guineense do Turismo não resisti, por isso...
 
Prezados amigos e amigas da Guiné-Bissau,
 
Aceitem um desafio: Disponibilizem dois minutos do vosso precioso tempo e deliciem-se com as belas imagens do meu país. Entrem no site do Ministério de turismo – um site em construção – e apreciem a generosidade da natureza para com o "País dos Mil Rios" a MINHA a NOSSA GUINÉ-BISSAU.
Os mangais de Cacheu enchem os olhos; a areia branca das praias das ilhas Bijagós transmite uma paz de espírito só de olhar... E os imponentes poilões de Cantanhês? O voo dos pássaros branquíssimos agitando as águas daquele mar imenso é um canto, é um coro de paz, um verdadeiro poema.
O verde intenso das paisagens, a doce água de bessamar de Geba é um desafio de esperança, um convite a todos aqueles que  amam o chão guineense para a urgente  CONSTRUÇÃO…
 
Tem mais… visitem O site: www.minturgb-gov.com
 
O chão guineense fez uma declaração de amor aos seus filhos e filhas...
Ouse amar a Guiné-Bissau, ouse repassar este site... a nossa terra é uma PÉROLA!

domingo, 2 de outubro de 2011

AMOR PERDIDO


AMOR PERDIDO

Não sei por que não consigo
te esquecer
dia e noite
e em cada passar do meu tempo
teu nome me confunde
com meus afazeres
quis lutar contra
esses sentimentos
e essas lembranças que em mim
fulguram
mas sempre me senti
sobrepujado
não sei por que não consigo
te esquecer
sem bem que tu
não me liberta da escravidão...
por que não consigo
te esquecer?

LEMBRANÇAS


LEMBRANÇAS

Badjuda
nessa tarde do inverno
na nublada desse tempo
teu rosto é o espelho
da minha recordação
último aperto da tua mão
fria
deixou marcas
e faz arder fogo amor
e o teu perfume que fazia
diferença entre milhares
tua voz que ainda escuto
dizendo:
“te amo”
são lembranças que sinto
Como
gorjeio dos pássaros
e zumbidos das abelhas
a ti entrego o convívio
da minha alma triste
que merece repouso
da tanta mágoa.







PAIXÃO


PAIXÃO

Credo
Meus olhos nunca viram
menina tão formosa
menina tão bonita
como a que eu vi no ônibus
soltou na passarela
solta na minha alma,
atravessa a linha amarela,
pisa
meu coração,
era um fantasma?
era um vulto?
ela
apenas nasceu
para eu criar um lindo
poema!

NÓS DOIS


NÓS DOIS

Que importa
se meu nome e teu
nos jornais
e nas revistas
do Rio
que importa
ouvimos
esses barulhos atormentados
feito passarinhos nas gaiolas
se ainda nos teus braços
descanso
que importa nos apedrejarem
com mil palavras de ódio,
inveja, e maltrato
se foste tu
que vieste para me amar
não importa
sufoco desse povo
o que importa é nosso amor
pois só quem ama sabe
cantar em versos de
amor.

JOIA PRECIOSA


JOIA PRECIOSA

Joia preciosa!
quem pode contar
gerações futuras a tua formosura?
quem pode escrever na página branca
do livro a tua memória e sonhos herdados?
ah! Menina virtuosa
quem pode achar o seu valor
excede de rubis
os lírios do campo
com a tua voz suave;
quem?
tentaram elogiar a tua simpatia
mas não conseguiram
só eu o consigo
numa noite enfeitada
de flores coloridas 
num ar suave que dá para esquecer
a morte...
Ah! Minha amada!
se me dissesses adeus
é como se ordenasses
para me escravizar...




ESPERANÇA RENOVADA I ( Canto para Guiné)


ESPERANÇA RENOVADA I
                     ( Canto para Guiné)
Guiné!
minha esperança
floresce nos teus
campos
meus sonhos são estendidos
no manto
da tua manha
Guiné
tenho sede, fome
meus olhos
desejam ver  teus
vestidos puro de linho
e tua costa perfeita de mãe
Guiné lá no teu fundo
onde há pobreza e o sofrimento
que cada gota de uma
chuva
seja a esperança renovada
dos teus filhos
pabia kil ku no sumia
i ka el ku no na kebra



CARTA AOS JOVENS GUINEENSES


CARTA AOS JOVENS GUINEENSES

Meus queridos
ainda que queiram
assolar  nossos sonhos
jogar nos infinitos a nossa
Esperança
que o nosso desejo
erga mais alto
dos sonhos partidos,
porque o que com ânsia
semeamos
ninguém pode matar

ainda que queiram
frustrar  nossos pensamentos,
em cada alvorada
buzinando nos nossos ouvidos
seremos firmes
em nossa caminhada
ainda que não conheçamos
destino
e não tem a quem nos indique
o êxodo
como pássaros nos altos
vamos voar
a fim de brindar no porvir
o gosto dessa
vida
pabia cabalu ku ta
kuri pa gustu ka ta lestu
di kansa

ainda que queiram
apagar luz do nosso
sol
em cada parto de uma
mãe
é um reforço do quadro
para lutar contra: Corrupção, delinquência.
no seio da luz
que sempre almejamos
que nosso sonhar
seja vocação dos pequenos
ainda que queiram
assolar os nossos sonhos
jogar nos infinitos a nossa
esperança
que nosso desejo erga
mais alto
dos sonhos partidos...


                                                               Rio de Janeiro
                                          Junho de 2009






1998


1998

1998
na cidade de Bissau
as águas transformaram-se
em sangue
a lua nem sequer iluminou
o sol não tem a quem
aquecer...
os mares engoliram
as almas inocentes,
a cidade tornou-se deserto
sem rosto
as mulheres nas ruas gritando
com os embrulhos às costas,
1998
a cidade de Bissau
transformou-se em deserto                          
cuspiu ódio, vingança, e indolência...
os Homens sem consciências, e paciência.
credo
1998
os irmãos mataram irmãos
o irmão castiga irmão...
por quê?
1998
a cidade de Bissau
gritou sem socorro
enquanto os Homens lhe batiam,
Bissau continuou gritando
da sua dor, e maldizer...
os filhos refugiaram-se
em regaço da morte
nos destinos incertos
esperanças frustradas
1998
prasa di Bisau dingui
mamá torna urdimunhu
son matchus ku fika.

MEUS POEMAS


MEUS POEMAS

meus poemas são soltos
e alvejados
como risos de quem
mergulha nos sorrisos
sorrisos
meus poemas
é liberdade
como poeta nos
seus versos
meus poemas
é você
quando me condena
à morte
e me faz  ajoelhar nos
teus pés
remar a tua vontade
meus poemas
é você
que confunde honestidade
com visibilidade...



ESTIN


ESTIN

Estin
nsunha nes mandrugada
kuma un dia
bu na sinta na sukuru
bu na dingui
na tcheme kasabi;
na stera bu na pasa noti
bu na lundjisi di kamaradas;
estin
toma ton
bu mara dala
kil ku na bin dianti
i bentu di turbada.


FULANO


FULANO

Fulano
sonhei nessa madrugada
que um dia
assentarás na escuridão
saboreando a solidão
na esteira passarás a noite
longe dos camaradas;
fulano
aperta bem o teu cinto
porque o que virá pela frente
é vento de tempestade.

A PASSOS DA ESPERANÇA


A PASSOS DA ESPERANÇA

A minha vida anda
eu também ando
e caminho...
em canto do meu choro
consolo a minha fé...
e essa dor, não pode matar.
a minha vontade
ao  comer meus cabelos...
nas ondas do mar
vento me acompanha
e varre meus lamentos
eu ando pela terra
como quem conquista o céu
viajo nos infinitos...
por que temer essa vida?
se ela não acaba
nos meus olhares...













Escravo Da palavra!


O ESCRAVO DA PALAVRA

Da minha inspiração
faço arte
da imaginação abstrata do universo
pego as palavras
que transportam: Ódio, maldade e amor...
posso não morrer de fome,
da palavra porventura morrerei
ela me bate, me surra, e me dilacera,
estua nos meus pensamentos
corre nas minhas veias
circula no meu ser,
e em todo corpo.
e me deixa morto, morto de mim mesmo;
da minha inspiração
faço arte
que nem sei fazer...