domingo, 2 de outubro de 2011

Nota de abertura do Meu Livro " Em busca Do Espaço Verde"


NOTA DE ABERTURA

POESIA EXPRESSÃO DO NOSSO SENTIMENTO


           Dizia o velho Fernandes Pinheiro, nas apostilas de retóricas e poéticas que “Os Homens têm quase as mesmas ideias acerca dos objetos que estão ao alcance de todos, sobre que versam habitualmente os discursos e escritos, constituindo a diferença na expressão, o estilo que apropria as coisas mais comuns, fortifica as fracas, e dá grandeza às mais simples. Nem se pense que haja sempre novidades para exprimir; é uma ilusão dos parvos ou ignorantes acreditarem que possuem tesouros de originalidade, e que aquilo que pensam, ou dizem, nunca foi antes pensado, ou dito por ninguém”.
          Junto a António Candido, escritor brasileiro, e tantos outros escritores, poetas, romancistas, e novelistas, quero me viajar nesse barco do velho pinheiro, concordando absolutamente que no mundo de arte não há novidades, todos são objetos de imitações, sobretudo no que diz respeito a sentimentos. É uma tolice acreditar no tesouro da originalidade, como disse o velho Pinheiro.
         Percorri todo esse planeta, dei volta a vida, dei uma olhada com um olhar poético, vi as nuvens separando do sol, os Homens como animais, a ambição ocupou lugar de amor, o ódio cercou o nosso quotidiano, o egoísmo estendeu-se e deixou raízes nos corações humanos. O poeta atento, observando a ignorância dos Homens, uns que matam para chegar ao topo, outros que matam para se desabafar do ódio... Por que, irmãos? Se todos foram criados por um pai generoso.
           Este presente trabalho na verdade nasceu, sobretudo, de sentimentos, os quais abominam a amargura, ofuscando, na maior parte das vezes, os poucos momentos felizes e infelizes de minha existência, a tratar-se de sentimentos, parece-me que em literatura a poesia é o modo ideal de expressa-lo. Considero o verso mais direto, mais espontâneo do que a prosa, com relação ao leitor (e ao poeta que os cria).
             Escrevo em principio para mim mesmo e para o meu povo sofredor; portanto, não omito o racismo, nem a extrema pobreza, nem a corrupção dos ricos, nem as infâncias desvalidas, nem a fome, nem as cidades esvaziadas, arrasadas, divididas pelo sangue dos corpos mutilados dos irmãos.
             Meu livro entrecruza os golpes infames dos quais meu País foi vitima, a episódios que eu mesmo vivi ao longo dos tempos. 
            Hoje me sinto feliz a sua publicação apesar de que foi um sonho que tive há muito tempo, mas na verdade confesso que o tempo serviu-me de suporte e experiência de lidar com as letras nas suas sílabas, também um conhecimento fundo de conhecer os versos e seus brilhos, (Essa busca) rasgou as vestes na madrugada do meu pensar, cresceu e feriu a minha alma. Hoje mas de que nunca sinto orgulho de poder publicá-la “BUSCA” que acompanhou todos os episódios da minha vida, diferentes fases que marcou a história da minha terra, a maldade no mundo, e alguns momentos de risos e outras de lágrimas que eu mesmo abracei para entender o verdadeiro significado da palavra” amor”.
           Quero que a voz dos meus poemas, como a voz do meu povo substitua em convicção e em piedade a minha própria voz.
            Depois de terminar o meu livro vejo, e me sinto cada vez mais próximo de entender e viver a poesia. A poesia é uma viagem- uma longa viagem- que talvez mais termine enquanto vivermos. É a mesma bela e preciosa travessia em que uma pessoa é capaz de aventurar-se; ser poeta é, antes, demais uma questão de liberdade, uma recordação vivida, uma lembrança amorosa, ao criar aspectos de vida em seus poemas-dos mais sólidos aos mais plenos beleza e luz - O poeta desvenda os caminhos de existência humana. É por isso que tão perfeitamente se justifica o livro de Pablo Neruda: Compasso que vivi.                       
           Meus poemas são ainda um espelho. Diante dele, fico cego e me afasto, para que tu, leitor, contemple a tua imagem e alcance alivio para a tua inquietação.
 “Viuere est cogitare”: de origem latina, significa em português “viver é pensar”. Se viver é pensar, a poesia também envolve o nosso pensamento, e mudança do interior, porque a poesia é vida, talvez isso me leve ainda a crer que ela serve sobre nada.

Eliseu José Pereira Ié


Rio de Janeiro, Fevereiro de 2010.













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